terça-feira, 5 de abril de 2011

VIDA ÚTIL: DIYbio ("Faça você mesmo bio") cientistas amadores manipulam genes na garagem


Você acha que pode fazer mais pelo mundo do que engrossar a audiência do campeonato brasileiro ou da novela das oito? Gostaria de saber como fazer seus filhos gostarem de ciência? Toda essa onda de inovações também lhe dá uma vontade de "colocar a mão na massa"? O texto abaixo, do New York Times (reproduzido na Folha de S. Paulo no dia 28 de março de 2011), mostra como algumas pessoas, independentemente da idade e formação, estão fazendo isto. Para quem tem filhos, está aí uma forma divertida de cultivar um hobby conjunto e despertar o interesse pela ciência nas crianças.

Trechos do artigo abaixo. O assinante da Folha e do UOL pode ler o texto completo aqui.
































São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 2011 
 



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros 

VIDA ÚTIL: FAÇA VOCÊ MESMO

Hackers trocam bytes por genes e germes

Por JED LIPINSKI

No GenSpace, um novo laboratório montado num antigo prédio de escritórios no centro de Brooklyn (Nova York), um grupo de "biólogos de garagem", ou "biohackers", está tentando fazer pela biologia moderna o que os hackers fizeram pela informática: transformar o "geek" em chique.
Com a ajuda de sites como o OpenWetWare.org, que dá a leigos acesso às mesmas informações disponíveis para doutorandos, os biohackers estão reinventando o Frankenstein da era moderna.
Suas ambições não são nada amadoras. Eles estão clonando cepas de E. coli para que se tornem bactérias transgênicas, resistentes à radiação, capazes de prevenir a malária; ou tentam curar o câncer usando água salgada e ondas de rádio.
Tais experiências são típicas do movimento chamado "biologia faça você mesmo", ou "DIYbio", que inclui pessoas de profissões díspares como artistas, executivos de banco, baristas e escritores, muitos dos quais não abrem um livro de ciências desde o colégio.
O DIYbio é parte de um movimento mais amplo de cientistas amadores realizando trabalhos de alto nível. É o caso de Mark Suppes, 32, webdesigner do Brooklyn, que, há poucos meses, se tornou o 38° físico amador a realizar uma fusão atômica.
Os biohackers montam centrífugas com batedeiras comuns, transformam webcams baratas em microscópios poderosos e criam fotobiorreatores com garrafas de refrigerante e bombas para aquários.
O GenSpace, inaugurado em 10 de dezembro, define-se como o primeiro laboratório biológico comunitário e não lucrativo nos EUA. Instalado em um antigo banco, parece um laboratório de garagem transportado para um ensolarado ateliê do Brooklyn.
As origens diversas dos seus sete integrantes, que racham o aluguel mensal de US$ 750, estimulam uma troca criativa.
Nurit Bar-Shai, uma artista de quase 40 anos, disse que sua falta de formação científica a libera para fazer "perguntas estúpidas", como "por que as placas de ágar precisam ser planas?".
Chetan Taralekar, 30, corretor de títulos do Barclays Capital e ex-programador de videogames, disse ter notado semelhanças entre escrever um código de computador e manipular o código genético.
"Mas, na genética, o meio é a realidade", afirmou. "Você está programando a vida."
A principal meta do GenSpace é promover a ciência como um hobby viável para crianças e adultos. "Quanto mais gente sujar as mãos em um laboratório, menos provável será que elas tenham reações por reflexo a coisas como pesquisas com células-tronco e organismos geneticamente modificados", disse Daniel Grushkin, 33, autor especializado em divulgação científica e porta-voz informal do grupo.
(...)
"A escola que eu frequentei no Queens nem tinha laboratório", disse Sung Won Lim, 22, que trabalha à noite numa mercearia 24 horas. "Eu gostaria de ver um dia estudantes saindo do GenSpace com os seus próprios organismos geneticamente modificados. Isso, para mim, seria muito legal."

Um comentário:

  1. Muito boa notícia. Mais uma constatação da evolução exponencial.

    ResponderExcluir