domingo, 29 de maio de 2011

O que é singularidade? (tecnológica)

Explicação rápida e sem enrolação do conceito de singularidade tecnológica em TRANSCENDENT MAN:

 
* * *
 
Voltando para este livro, "Singularity is Near", o que Singularidade significa?
Quando diz que a Singularidade está se aproximando, o que isso significa exatamente?
E é isso que quer dizer com o termo Singularidade?
O que é a Singunlaridade?

RAY KURZWEIL: "Singularidade é um período futuro em que as mudanças tecnológicas serão tão rápidas e os seus efeitos tão profundos que todos os aspectos da vida humana serão, irreversivelmente, transformados. Não haverá uma clara distinção entre humanos e máquinas.

Os computadores não serão esses aparelhos retangulares que colocamos no bolso. Eles estarão dentro dos nossos corpos e cérebros. E seremos um híbrido de inteligência biológica e artificial.

Se voltarem 500 anos atrás, pouca coisa acontecia em um século. Agora muita coisa acontesse em apenas 6 meses. A tecnologia alimenta-se a si própria e torna-se cada vez mais rápida e daqui a 40 anos o ritmo da mudança será tão assombrosamente acelerado que não seremos capazes de acompanhá-lo, a menos que aumentemos a nossa própria inteligência, fundindo-nos com a tecnologia inteligente que estamos criando. Será uma profunda transformação. Nós pegamos emprestada esta metáfora da física e a chamamos de Singularidade."

Pensando em morrer - o sonho sobre a morte de Ray Kurzweil



A comovente e provocativa reflexão de Kurzweil sobre a morte, no filme Transcendent Man:

"Eu tenho um sonho recorrente, tem a ver com explorar uma infindável sucessão de salas vazias que me levavam de uma para a próxima, sentindo-me abandonado e sem esperança, só e incapaz de
encontrar alguém mais.

"Esta é uma bela descrição da morte. Supõem-se que a morte tenha uma finalidade. Mas, na verdade, é uma grande perda para todos aqueles que se preocupam com ela. 
Às vezes tenho fantasias sobre morrer.

"Sobre o que as pessoas sentem quando estão morrendo. Ou como eu me sentiria no momento de minha morte. É de tal forma profundo e triste, o sentimento de solidão, que eu realmente não o suporto.

"Então voltei atrás e comecei a pensar em como não morrerei." -- Raymond Kurzweil

O avanço imparável do trans-humanismo

Matéria bastante informativa da Revista Superinteressante de Portugal:

***

E depois de nós?

O avanço imparável do trans-humanismo


Os progressos tecnológicos e científicos vão permitir-nos intervir no corpo para eliminar deficiências congénitas e potenciar capacidades. A humanidade ultrapassa-se a si mesma.

Mais de sessenta cientistas, peritos e “tecno-intelectuais” foram convocados pela Universidade de Harvard (Estados Unidos), no Verão passado, para debater um tema tão transcendental como a capacidade humana para alterar a sua própria evolução. Os presentes expuseram as suas previsões sobre o futuro da ciência e da tecnologia, assim como sobre o impacto destas no fenómeno da trans-humanização. O prolongamento da vida humana, o domínio dos circuitos do cérebro, a robótica, a nanotecnologia, a inteligência artificial e as técnicas para aperfeiçoar a espécie humana foram apenas algumas das ideias que se discutiram na reunião, promovida pela Humanity+, uma ONG conhecida até há pouco tempo sob o nome de World Transhumanist Association.

Para ler tudo: http://goo.gl/W3qjr


Patri Friedman: como construir seu próprio país?

Às vezes somos levados a pensar que o progresso técnico, a ciência e tecnologia são as únicas fontes de inovação e prosperidade. Essa, às vezes, parece ser uma premissa tacitamente aceita entre transhumanistas. Embora não seja falsa, me parece incompleta. 

Verdade é que muitos pensadores da área consideram tecnologia em um sentido muito amplo, que acaba abarcando o que quero me referir: as instituições sociais. Não só são elas uma forma de tecnologia social/cultural, como um grande fator para todas as outras inovações técnicas. Se me perguntassem qual a inovação, a curto e médio prazo, tem o maior potencial de "turbinar" outras inovações tecnológicas, eu seria tentado a dizer: as inovações defendidas pelo Seasteading Institute.

O século XXI é, em boa parte, o resultado de alguns experimentos institucionais do passado, particularmente, de certas inovações produzidas pela Revolução Americana, como a reinvenção e reintrodução da república e democracia na idade moderna, a tripartição de poderes, a invenção de uma constituição (dos EUA, de 1987) que 

"em lugar de sugerir que nos comportemos todos de maneira semelhante à dos deuses, reconhece que, pelo contrário, as pessoas são porcos e aproveitarão qualquer oportunidade que lhes aparecer para subverter qualquer pacto, visando a defender o que consideram ser seus interesses próprios. Com essa finalidade em vista, a Constituição divide o poder do Estado naqueles três ramos que são, para a maioria de nós (eu me incluo nela), a única coisa da qual nos recordamos de 12 anos de ensino fundamental e médio.
"Redigida por homens dotados de alguma experiência prática de governo, a Constituição parte da premissa de que o chefe do Executivo trabalhará para tornar-se rei, que o Parlamento vai conspirar para vender a prataria da casa e que o Judiciário vai considerar-se olímpico e fazer tudo o que puder para melhorar em muito (destruir) o trabalho dos dois outros ramos." (David Mamet
, sobre a Constituição dos EUA)

Um pequeno experimento no século XVIII que produziu uma avalanche de transformações que, até hoje, vivenciamos. Podemos, ainda, lembrar da pequena e poderosa Holanda que, por proteger a liberdade de expressão, se transformou em uma potência europeia, atraindo cientistas e filósofos de todas as partes da Europa. A ideia, agora, é criar "pequenas Holandas" muito mais radicais quanto à possibilidade de experimentação.

Patri Friedman era engenheiro de software do Google na Califórnia. Nos seus 20% de tempo livre, dedicava-se a cultivar a ideia de fazer com a política o que o Vale do Silício fez com a economia: transformar-se em um lugar em que tecnologias transformadoras brotam todos os dias. Após receber uma generosa doação de Peter Thiel, Friedman deixou o Google para dedicar-se em tempo integral a sua causa.

Patri Friedman ocupou, ainda um cargo administrativo na Humanity+, embora, por razões óbvias, seu projeto do Seasteading Institute seja desvinculado do transhumanismo. Costuma, ainda, ser geralmente apresentado como neto do Prêmio Nobel de Economia Milton Friedman. 

Abaixo, um artigo da Revista Forbes sobre ele e suas ideias. Há, ainda, uma palestra dele no Brasil com legenda em pt-br.  

* * *

Nomes Que Você Precisa Saber Em 2011 
(segundo a Revista Forbes): Patri Friedman 10 de novembro de 2010 
  

Patri Friedman está ciente de que sua idéia parece loucura. O ex-engenheiro do Google e neto do Prêmio Nobel de Economia Milton Friedman quer construir "países
start-up": moradias autônomas no meio do oceano, começando com uma nova cidade independente  na costa da Califórnia. Ele também é o primeiro a admitir que as tentativas anteriores de lançar comunidades flutuantes não se saíram tão bem. 
 
"O Freedom Ship, a República de Minerva, Oceania - todos eles comicamente falharam", disse ele. "Isso é muito diferente. Eu estava no Google antes. Meu segundo posto de comando foi no PayPal. Nós somos pessoas de negócios competentes. "

 
O Instituto Seasteading de Friedman também tem um suporte com graves iniciar peso-up: Peter Thiel, o multimilionário co-fundador do PayPal, que doou 900.000 dólares para a iniciativa até agora através de sua fundação. Thiel e o jovem bilionário da tecnologia Dustin Moskovitz, co-fundador do Facebook, estão programados para participar do evento de angariação de fundos junto Seasteading Institute, em dezembro, segundo Friedman.

 
Atrair grandes nomes para o seu empreendimento não é o único plano de Friedman para o próximo ano. Ele está refinando o design dessas comunidades flutuantes e contratou um arquiteto naval para cuidar da engenharia. Até agora, o grupo identificou uma área fora de San Diego, onde as ondas são relativamente baixas, a um custo de US$ 300 o metro quadrado, ou US$ 120 milhões para uma estrutura de 200 pessoas. A equipe de engenharia da organização, auxiliados por alunos voluntários de oceanografia, vai agora identificar os outros locais potenciais para o desenvolvimento. O objetivo é permitir que qualquer número de grupos possa mudar, não apenas Friedman e seus colegas. 
 

"Não é nossa utopia, é sobre como ativar muitas pessoas para tentar", disse ele. 
 

Friedman garante aos detratores que, enquanto ele se identifica como politicamente libertário, seu plano não é um esquema de sonegação fiscal elaborada. "Nós não estamos planejando fazer alguma coisa maluca para que os EUA nos ataquem", disse ele. "Às vezes as pessoas de esquerda pensam que se trata de gente rica tentando  renúncia fiscal, o que não se coaduna com legislação tributária dos EUA." 
 
Friedman diz que sua política contrasta com o liberalismo à moda antiga, digamos, os irmãos Koch, que já doaram milhões de dólares ao longo dos anos para minar a esquerda. "Em vez de reclamar do governo, competir com ele", disse Friedman. (...)




Tubo de ensaio de sociedades: você está certo de que conhece o modelo ideal de sociedade? Então por que não construir seu próprio país no oceano?


sábado, 21 de maio de 2011

Finalmente, "Transcendent Man" legendado


Trailer do filme (legendado em português)

Em primeiro lugar, devo admitir que não tenho orgulho do fato de o Brasil ser um campeão de downloads ilegais de músicas e filmes. Isso, para mim, de certa forma mostra o desprezo que o país tem para com a propriedade intelectual. Não é atoa que somos o país da sobremesa (açucar, café, cacau,  açaí, soja...) e não do conhecimento.

Por outro lado, os volumosos recursos direcionados à indústria de cinema e música sempre me pareceram exagerados em relação ao seu retorno para a sociedade. A propriedade intelectual no Brasil, por exemplo, parece não serviu para muita coisa além de fazer a fortuna de cantores de qualidade duvidosa -- aqueles que aparecem nos programas de audiência do domingo à tarde -- ou autores de auto-ajuda que vendem promessas exorbitantes a preços exorbitantes (compare com os preços de livros no site Amazon e tome cuidado para não cair da cadeira). Era necessário algum tipo de reequilíbrio nessas contas (como a iTunes fez) e a internet (e a pirataria) mostrou isso. 

No caso específico de "Transcendent Man" (Homem Transcendente - o filme sobre a vida e ideias de Raymond Kurzweil), acho que há algumas razões que justificam divulgar aqui no blog a legenda do filme. Houve exagerada demora do lançamento do filme e não há qualquer perspectiva de lançamento no Brasil. Eu aguardei o lançamento no iTunes para comprá-lo no início de março  e foi decepcionante perceber que o lançamento ocorreu nos EUA e Canadá, mas não no iTunes do Brasil.  Se realmente parte -- ao menos uma pequena fração -- das ideias de "Transcendent Man" for plausível e verdadeira... então a divulgação de tais ideias me parece ser -- de longe -- muito mais importante que a preservação do direito autoral nesse caso específico. 

Pois bem, feita esta ressalva, divulgo aqui o fato de que um companheiro de ideias do outro lado do Atlântico, que se identifica como Sales aqui no FF,  criou a legenda em português do filme "Transcendent Man". A legenda encontra-se aqui: http://goo.gl/fFn8q (megaupload) ou aqui: rapidshare (novos links! Versão 2.4 com POB / pt-br (e pt-pt no mesmo arquivo) atualizada  pelo autor em 15/06/2011)No seu blog, Sales também explica como encontrar o filme em arquivo torrent a partir de uma simples busca no Google.

Trechos do filme: 

 

 

 

terça-feira, 17 de maio de 2011

Paraplégico "anda" usando exoesqueleto

 


17/05/2011 - 08h54

Estudante paraplégico "anda" em formatura usando exoesqueleto

DA BBC BRASIL

Um estudante paraplégico americano conseguiu andar em sua formatura com a ajuda de um exoesqueleto desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Berkeley, onde ele estudou.

Diante de uma plateia de 15 mil pessoas, Austin Whitney usou um controle em um andador para acionar o exoesqueleto amarrado às suas pernas e dar os tão esperados sete passos para receber o diploma em Ciência Política e História.

"Foi realmente além dos meus sonhos mais incríveis", disse Whitney.

"No segundo em que eu apertei o botão e me levantei, eu fui inundado por uma série de emoções."
(...)

"Esta tecnologia pode ser usada por um grande número de pessoas e esta é nossa missão", disse Kazerooni [Homayoon Kazerooni, professor de engenharia mecânica da  Universidade de Berkeley].

"Estamos dizendo à comunidade que isso é possível. Este é apenas o começo de nosso trabalho."

Ver artigo completo na Folha.com: http://goo.gl/AJ1DE


 Vídeo de Austin Whitney caminhando.

Para quem procura por prova científica da vida após a morte...

(Atualizado em 28/10/2012)

"A alternativa à religião não é o desespero niilista, nem um cientificismo estéril, mas o transumanismo." - Max More

A ciência e a tecnologia ganham cada vez mais credibilidade. Seus avanços estão na ponta de nossas mãos, estão em nossos bolsos, logo, é natural que uma pessoa inteligente se pergunte: existe prova científica da vida após a morte, reincarnação ou existência do espírito? Alguma evidência séria a esse respeito?

A crença na vida após a morte é tão antiga quanto o ser humano, exatamente por ser a morte uma experiência de perda (das pessoas amadas e de si próprio) absurdamente dolorosa, que foi muito bem retratada no início do documentário Transcendent Man:




Pois bem,  há uma notícia boa e uma ruim para quem procura por provas da vida após a morte (ou da existência após a morte, se preferir). Vamos à notícia boa primeiro: a ciência está começando a reunir esforços sérios para superar a morte. Confira esse documentário do History Channel sobre o assuntohttp://www.youtube.com/watch?v=SoCwuOK_iyg

Ou, ainda, esta TEDtalk de Aubrey de Grey:


E esta outra de Joe Betts-Lacroix:



A má notícia, no entanto, é que não existem estudos (ou, pelo menos, não existem quaisquer estudos publicados por cientistas sérios), nem quaisquer evidências que apontem para a possibilidade da vida após a morte, existência de um espírito que sobreviva à morte do corpo ou algo assim. Pelo contrário a ciência (veja abaixo) aponta que é o medo da morte que nutre essas crenças. E, se o instinto de sobrevivência faz você se preocupar com a morte, me parece ser mais racional estar ciente de que a superação da morte e do envelhecimento poderá ser conquistada, eventualmente, pela ciência e tecnologia, mas nunca poderá ser superada pelo autoengano ou por contos de fadas.

Realmente aprecio quando uma celebridade (no caso abaixo, Hawking no mundo da ciência) é honesto e corajoso o bastante para chamar a atenção para o incômodo elefante no meio da sala... (veja a declaração de Hawking abaixo).

Eis aqui a opinião de um dos maiores gênios vivos e um dos mais profundos conhecedores da física quântica, cosmologia e estrutura da matéria e da energia de todos os tempos, um gênio e herói que, há 49 anos, está à beira da morte.

O lado positivo destas manifestações públicas é que ajudam a desfazer a confusão em torno do uso da palavra "Deus" por físicos como Hawking e Einstein. A frase de Einstein "Deus não joga dados" é frequentemente (e irritantemente) utilizada por quem quer buscar um fundamento científico para alimentar sua própria esperança em uma "vida após a morte" ou, ainda, para quem quer refutar a teoria da evolução (detalhe: "não jogar dados" aqui, não tem nada a ver com a teoria da evolução; Einstein falava sobre a física quântica e, ao que tudo indica, o grande gênio estava errado neste ponto). 

Tudo indica que, para Einstein, a palavra Deus significava "natureza" ou "cosmo" (portanto, não um Deus que ouve orações, fica só do nosso lado na guerra, criou um céu para onde vão os espíritos dos bons bicho-homens e arranja casa nova ou namorada pra quem é fiel no dízimo). Em uma carta escrita para o filósofo judeu Erik Gutkind pouco antes de morrer, Einstein disse:

"A palavra Deus é, para mim, nada mais do que a expressão e o produto das fraquezas humanas, e a Bíblia uma coleção de lendas honradas, ainda que primitivas, e que de qualquer maneira são bastante infantis. Nenhuma interpretação, por mais sutil que seja, é capaz de (para mim) mudar isso. (...) Para mim, a religião judaica, assim como todas as outras religiões, é uma encarnação das mais infantis superstições."

o que Einstein pensava sobre a vida após a morte?

Em seu livro "Como vejo o mundo", Einstein escreveu sobre a vida após a morte:

"Não posso imaginar um Deus a recompensar e a castigar o objeto de sua criação. Não posso fazer idéia de um ser que sobreviva à morte do corpo. Se semelhantes idéias germinam em um espírito, para mim é ele um fraco, medroso e estupidamente egoísta." (em Como vejo o mundo, Ed. Nova Fronteira, 11ª edição, página 09)


Vale a pena citar mais uma vez o filósofo David Pearce, um dos co-fundadores da Associação Transhumanista Mundial (hoje Humanity+):

"Se queremos viver no paraíso, teremos nós próprios de o produzir. Se queremos a vida eterna, então teremos de reescrever o nosso código genético cheio de erros e tornarmo-nos divinos. 'Possa tudo o que vive ser libertado do sofrimento', afirmou Gautama Buda. É um sentimento maravilhoso. Infelizmente, só as soluções de alta tecnologia podem erradicar o sofrimento do mundo vivo. A compaixão por si só não basta." (David Pearce)

______________

“Não faça perguntas quando não quer saber as respostas”
(atualização 15/06/2012)
Muitos estão chegando a este post pelo Google após pesquisarem pela expressão "prova científica da vida após a morte" ou semelhante. Infelizmente, não tenho notícias de quaisquer evidências de uma vida no além. Se você, que visita o blog, sabe de algum fenômeno ou ideia concreta, com um mínimo de credibilidade, por favor, coloque nos comentários que acrescentarei a este post para mostrar o outro lado da questão. Mas evite comentários violentos e agressivos. Pode não existir nenhum paraíso, mas é muito fácil produzir um inferno.
Se não existem provas ou evidências de vida após a morte, existem, por outro lado, fortes evidências apontando que o medo da morte como o fim de tudo leva o ser humano a procurar desesperadamente alguma forma de acreditar na vida após a morte. É uma estratégia psicológica para aplacar o estresse cognitivo gerado pelo conflito entre o instinto de sobrevivência de um lado e a consciência da inevitabilidade da morte de outro. Segundo algumas teorias psicológicas e antropológicas (veja abaixo), isso se daria pela crença em uma imortalidade literal ("vou para o Céu, Deus não faria isso com a gente") ou uma imortalidade simbólica ("vou ganhar o Prêmio Nobel e entrar para a história"). Mas essa tendência produz também uma série de comportamentos humanos indesejáveis, inclusive a violência e intolerância em relação ao ponto de vista alheio. Os estudos científicos abaixo esclarecem isso.

Evidências científicas de que é o medo da morte que alimenta a crença em Deus e no sobrenatural:

Evidências científicas de existência após a morte:

(por enquanto nenhuma, segundo nosso conhecimento)


Se você fica triste com o assunto, não pense nele (para os adeptos da "teoria da gestão do terror", estaríamos incansavelmente tentando afastar esse pensamento da consciência), e a melhor forma de fazer isso sem ter que acreditar em mágica parece ser controlar suas emoções treinando sua mente a se voltar para a realidade sensorial do momento presente (meditação "mindfullness"). É o conselho que o filósofo e neurocientista Sam Harris (que também faz parte do movimento dos "novos ateus") deu recentemente em uma conferência na Austrália intitulada "A Morte e o Momento Presente"). Se a questão é importante para você, do ponto de vista racional, o importante é tomar alguma ação e, depois, "esquecer" o assunto. Ou pelo menos lembre-se da redentora frase do Guia do Mochileiro das Galáxias: "Não entre em pânico!"

17/05/2011 - 11h21

Vida após a morte é um conto de fadas, diz 

Stephen Hawking


DE SÃO PAULO


A crença no paraíso ou na vida após a morte é um "conto de fadas", disse o renomado físico Stephen Hawking, 69, em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", na edição do último domingo (15).
"Eu considero o cérebro como um computador que vai parar de trabalhar quando seus componentes falharem. Não há paraíso ou vida após a morte para computadores que quebram. Isso é um conto de fadas para pessoas que têm medo do escuro", opinou.


"Considero o cérebro como um computador que vai parar de trabalhar quando seus componentes falharem", diz Hawking
"Considero o cérebro como um computador que vai parar de trabalhar quando seus componentes falharem", diz HawkingO tema já foi abordado em um de seus últimos livros, "The Grand Design" (2010), no qual ele desenvolve a ideia de que não há necessidade de um grande criador para explicar a existência do Universo.
As galáxias, estrelas e a vida humana teriam emergido a partir de "sementes" --pequenas flutuações quânticas--encontradas no Universo milhares de anos atrás.
Para ele, que rejeita pessoalmente as crenças religiosas, as pessoas em geral deveriam preencher seu potencial na Terra fazendo bom uso de suas vidas.

Texto completo na Folha: http://goo.gl/Nd9Ee




Como fazer um "bom uso de nossas vidas"? No vídeo acima, uma das possibilidades (não estou falando do curso da SingularityU em si, mas da filosofia de vida por trás dele)


domingo, 15 de maio de 2011

A fabulosa história de Aron Ralston


Assisti há pouco o filme "127 horas", que conta a fabulosa história de Aron Ralston, uma história heróica e inspiradora para qualquer integrante da raça humana. A impressão geral que tive do filme me fez lembrar de uma frase (lembrando dela de memória) de Kurzweil no fim de "Transcendent Man", ao tratar da questão da racionalização da morte: "Esse pensamento de não aceitar a morte é o caminho correto a ser escolhido".


Sobre Aron

Recebeu seu diploma universitário da Carnegie Mellon University em Pittsburgh, concluindo o curso entre os melhores de sua classe, com formação em engenharia mecânica e francês e especialização em piano. Deixou seu trabalho como engenheiro mecânico com a Intel em 2002, a fim de levar uma vida de escalar montanhas. Tinha o objetivo de escalar os "Colorado's Fourteeners", isto é, os picos de mais de 14.000 pés de altura do estado americano do Colorado, sozinho e durante o inverno, feito que nunca tinha sido atingido por ninguém. Ele posteriormente conseguiu esta façanha.

Em agosto de 2009, Ralston casou-se com Jessica Trusty e tiveram seu primeiro filho, Leo, nascido em janeiro de 2010. A visão de um filho (que ainda não havia sido sequer concebido) ajudou-o a mantê-lo vivo. Aron também gosta de assistir bandas tocando música ao vivo.  

Qual a religião de Aron Ralston?
Aron parece não possuir seguir nenhuma religião ou fé tradicional. Eis a resposta pelo próprio Aron, nesta entrevista:

Entrevistador: (...) posso perguntar se você é ou não uma pessoa religiosa? E fez a sua experiência no canyon tornou-o mais espiritual?
Aron Ralston: Eu definitivamente sinto que minha cosmologia foi reforçada pela minha experiência no canyon. Creio que existem energias que nos conectam a todos e é isso que me salvou. Quando eu me conectei à energia através da câmera de vídeo que eu estava me conectando com a minha família - eles estavam lá comigo. E esta energia, para mim, é o amor. E quando estamos conectados a ele temos a força e a coragem para fazer coisas incríveis, todos nós.


Talvez você se interesse por estes outros posts, sobre histórias reais e surpreendentes:




"Singularity is Near" e TRANSCEND em português

Você gostaria de ler livros como "Singularity is Near" e "TRANSCEND" em português? Realmente, seria uma boa. Você pode aumentar suas chances de conseguir isso fazendo uma sugestão para a editora que já publicou "A Era das Máquinas Espirituais" e "A Medicina da Imortalidade". O link é:

http://www.editoraaleph.com.br/site/sugestao

***

Um grande número de pessoas está chegando ao blog pesquisando por legendas do filme "Transcendent Man", um filme que tem suas limitações, mas é inteligente e bem feito (quero ainda escrever uma resenha dele). Dei uma olhada nos sites que constumam trazer legendas e não achei nenhuma, nem em inglês. Isso é realmente frustrante, porque o filme já poderia ter causado um impacto positivo em muita gente e gerado discussão em torno das ideias. Tenho amigos e parentes para os quais adoraria ter apresentado o filme e assistir a suas reações.

O regime de Raymond Kurzweil. Quais (e quantas) pílulas Ray Kurzweil toma?


Há algum tempo queria organizar as informações sobre suplementação nos livros "A medicina da imortalidade" e "TRANSCEND" (links para onde encontrei os livros com menor preço) de Ray Kurzweil & Terry Grossman, estabelecendo relações com algumas marcas de suplementos disponíveis no mercado brasileiro (onde os suplementos são menos diversificados e muito, MUITO mais caros que nos EUA). Tento seguir as recomendações do programa do Kurzweil, responsáveis por um aumento dramático na minha qualidade de vida, mas até então estava mais preocupado com outros aspectos,como alimentação, sono e exercícios físicos.

Consumi uma tarde inteira fazendo esta tabela com uma visão geral dos suplementos (as informações sobre suplementação em ambos os livros "A medicina da imortalidade" e "TRANSCEND" encontram-se disparsas pelos capítulos). Ainda assim, o trabalho não está completo, pode ser que eu modifique ou complemente depois, mas já pode ser acessado (aqui o link de novo: http://goo.gl/FWm3d) e talvez ajude a poupar uma tarde de mais alguém aí.

Queria aproveitar a oportundiade para tentar esclarecer alguns "mitos" sobre o regime, no que diz respeito à suplementação. A mídia e as pessoas, de modo geral, se deixam levar pelo aspecto mais simples e caricato da coisa. A realidade é sempre um pouco mais complicada. Vamos lá:

1) No programa/estilo de vida defendido em "A Medicina da Imortalidade" e "TRANSCEND", as pílulas ou suplementação ocupam apenas uma parte e, certamente, não a mais importante (embora Kurzweil pareça realmente exagerar nesse ponto). Vou tentar enfatizar este ponto:

*** NÃO EXISTEM PÍLULAS DE IMORTALIDADE, JUVENTUDE ETERNA
 OU QUALQUER COISA DO TIPO ***

Além disso, esteja ciente de que, além das evidências favoráveis à suplementação, existem evidências em sentido contrário (confira, por exemplo: Another Large Study Shows No Benefit From Antioxidant Supplementation). É preciso manter a cabeça aberta e estar ciente de que há muita incerteza nesses assuntos (aliás, saber conviver com a incerteza é um dos melhores hábitos mentais que podemos cultivar na vida).

2) Não se preocupe em tomar pílulas e gastar seu dinheiro com isso se você não pratica exercícios físicos ou não se preocupa com uma alimentação adequada. Os livros trazem informação detalhada sobre isso. Ainda não foram inventadas pílulas que fazem milagres;

3) O número de pílulas. Na versão inicial do programa de Kurzweil, ele tomava cerca de 250 pílulas por dia. Na versão atual, são cerca de 150. O programa é experimental, é uma tentativa de encontrar a melhor opção baseado na farta evidência científica disponível. Se os fatos ou a interpretação deles muda, o programa também muda.

4) Esse número de pílulas varia com a idade. Kurzweil está na última faixa, a dos maiores de 60 anos. Muitos dos suplementos são considerados necessários apenas para aqueles com mais de 30 anos. Essa informação está no livro TRANSCEND (páginas 332 a 333). Tentei colocar essa informação na minha tabela (primeira coluna). 

5) Doses muito altas de vítaminas. As recomendações de Kurzweil não são sempre no sentido de uma recomendação alta de todas vitaminas e minerais. Em alguns casos, recomenda-se o mesmo tanto e, em outros, até menos que as recomendações oficiais da RDA.  

6) Os autores consideram que se você está na faixa dos 20 a 30 anos, pode também se beneficiar da suplementação recomendada para aqueles com idade na faixa dos 30 a 40 anos. Mas exercícios físicos, dieta saudável e bom sono são os aspectos fundamentais. A suplementação com um polivitamínico, uma dose extra de vitamina D e Ômega 3 é benéfica para todas as idades (TRANSCEND, p. 320-321).

7) Perguntado sobre os "três suplementos top" (http://bigthink.com/ideas/31816) para "você alcançar a singularidade" (vamos interpretar isso com uma dose de auto-ironia, ok?), Kurzweil sugeriu: 
  • Vitamina D;
  • Fosfatidilcolina;
  • Coenzima Q-10 (ubiquinol) - em seu livro este é recomendado para aqueles acima dos 40;
Então, se você está acima dos 40 e quer seguir o programa de Kurzweil, mas não quer ou não  tem dinheiro  (é bom lembrar que estamos no Brasil, onde a renda é menor, a população pobre numerosa e os preços dessas coisas, bem mais altos)  para gastar com isso, eu sugeriria a combinação abaixo como o melhor custo-benefício:
  • tomar um polivitamínico (no momento, o meu preferido é o Pharmaton, que contém maiores dosagens que outros como o Centrum);
  • usar um suplemento de viramina D (e/ou, diariamente, tomar de 15 a 20 min. de sol antes das 10:00h) 
  • alimentar-se de soja e usar o suplemento lecitina de soja (ainda não encontrei a fosfatidilcolina pura no Brasil; se você encontrou, poderia compartilhar nos comentários deste post)
  • e tomar, ainda, a Coenzima Q-10 (ubiquinol) - se acima dos 40 ou beirando.
8) Frequentemente tenho que rebater a crítica de que "não existem pílulas para imortalidade", formulada por quem ainda não entendeu o "x" da questão. Realmente, não existem e ninguém é ignorante o suficiente para afirmar o contrário. Serão necessárias coisas muito mais sofisticadas que pílulas para se atingir algo próximo deste fim. A proposta de Kurzweil das "três pontes" é esta:  usando ao máximo o conhecimento científico disponível hoje (que ele reúne em seus livros de 2004 e 2009 e vem a ser a "Ponte 1"), você aumenta dramaticamente suas chances de sobreviver até o florescimento da revolução biotecnológica (células tronco, terapia gênica etc., a "Ponte 2"), que poderão emburrar a barreira da duração da vida da espécie para além do limite máximo hoje conhecido (cerca de 120 anos), isto é, permitindo-lhe alcançar a "ponte 3", a revolução científica que misturará nanotecnologia e Inteligência Artificial, a partir da qual o céu é só o início.

9) Outra crítica comum: "do que adianta chegar aos 100 anos velho decrépito, sem poder fazer nada". Realmente, não adianta nada -- e nenhum transhumanista é tão bobo assim. A ideia é que, a partir da "ponte 2", você possa voltar o ponteiro pra trás e ficar mais novo.

10) "Qual a evidência científica por trás desta suplementação?" Pois bem, os dois livros citados (principalmente "A Medicina...") trazem centenas de citações de artigos científicos. E, aqui, um fato que me pareceu bastante convincente: Médicos no Brasil, seguindo orientação de medida semelhante nos EUA, dobram a recomendação diária de vitamina D para crianças e adolescentes. Isso parece mostrar o quanto a sabedoria convencional na medicina pode ser lenta em relação ao conhecimento científico já disponível.
11) Finalmente, se você acha estas ideias plausíveis e benéficas, você aumenta suas próprias chances compartilhando-as com os outros. Vivemos em sociedade e as mudanças sociais necessárias para que este conhecimento e progresso continue requer uma ampla disseminação destas ideias. Vale sempre lembrar a advertência de William Andregg: "Não há nada inevitável sobre o nosso sucesso. Todo mundo que tem talento suficiente para fazer uma contribuição deveria estar tentando ajudar, em todas as frentes, por qualquer meio ético, como se fosse uma questão de vida ou morte -- porque é." Eis alguns meios éticos amplamente disponíveis: o e-mail, blog, twitter, outras redes sociais etc.

Um Fabuloso Futuro -- cheio de saúde -- a todos!


domingo, 8 de maio de 2011

O Programa Espacial Brasileiro... para que eu quero descer!


 No vídeo, lançamento espacial do foguete Saturno V em câmera de alta resolução.

A iniciativa privada nos EUA observa o surgimento de empresas como a SpaceX (que recebe financiamento do empresário assumidamente transhumanista Peter Thiel -- sim, o mesmo Peter Thiel do filme "A Rede Social"), que anunciou há pouco tempo que pretende colocar um homem em Marte dentre 10 a 20 anos. Sim, uma empresa privada dos EUA pretende levar o homem a Marte. É, também, dos EUA, a empresa Virgin Galactic, que pretende explorar o turismo espacial. Empreendedores dos EUA acreditam que o próximo trilhão de dólares será feito no espaço (vale a pena assistir a palestra de Burt Rutan no TED).

Indianos e chineses, por outro lado, apressam-se em seus programas espaciais. A China quer construir estação espacial própria e levar um taikonauta na Lua por volta de 2020.

E o Brasil? Quais são as notícias depois de nosso único astronauta, Marcelo Pontes, dedicar-se aos comerciais de travesseiros de viscoelástico e palestras de auto-ajuda após sua carona no espaço?

Uma análise na Folha deste domingo nos coloca a par das notícias: "Enquanto nos EUA as empresas disputam a tapa contratos para desenvolver espaçonaves e foguetes para a Nasa, no Brasil a indústria faz de tudo para se afastar."


São Paulo, domingo, 08 de maio de 2011 



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros 

ANÁLISE

Indústria desinteressada e conflitos travam programa 

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA AFOLHA

O presidente da AEB colocou o dedo na ferida ao apontar o desinteresse da indústria pelo programa espacial. 
Enquanto nos EUA as empresas disputam a tapa contratos para desenvolver espaçonaves e foguetes para a Nasa, no Brasil a indústria faz de tudo para se afastar.
São duas as razões. A primeira é a notória falta de gosto da indústria brasileira por pesquisa e desenvolvimento. 
A Embraer é uma exceção. Mas a gigante aeronáutica brasileira não demonstrou interesse em expandir sua esfera de atuação para além da atmosfera quando teve chance, por exemplo, de desenvolver partes brasileiras para a Estação Espacial Internacional, há alguns anos. 
O segundo problema é a instabilidade orçamentária. Que empresa se arriscaria a investir para atender a uma demanda que flutua de forma quase aleatória? 
A AEB enfrenta, desde sua criação, dificuldade em disciplinar os órgãos responsáveis pelos projetos. 
ODCTA, órgão da Força Aérea responsável pelos veículos lançadores, tem sua própria agenda. 
O Inpe, encarregado de conceber os satélites nacionais, nem se fala. O instituto empurra com a barriga todo projeto que não cai nas graças de sua diretoria. 
Colocar ordem na casa,e o programa espacial nos trilhos, exigirá mais que conclamar a indústria. 
É preciso uma manifestação inequívoca das prioridades e os prazos para a execução dos diversos objetivos quese acumulam há décadas nas planilhas do governo.

domingo, 1 de maio de 2011

Mariposas androides: Conectando computadores ao cérebro de insetos

Vídeo interessante, da New Scientist, mostrando interface cérebro-máquina no cérebro de insetos que têm o cérebro diretamente ligado a computadores, permitindo aos pesquisadores controlarem o batimento das asas do animal.




No vídeo abaixo, um robô humanoide pegando bolas de tênis e (o mais legal) preparando um café:
 
 
 
Quantas décadas de distância ainda estaremos da Rosie, de Os Jetsons?

 
* * *
 
Gostaria de poder postar com mais regularidade e qualidade, mas atualmente o tempo curto não tem permitido. Quem gosta de acompanhar notícias e vídeos como estes, talvez possa se beneficiar de meus twittes e, principalmente, retwittes: http://twitter.com/fabulosofuturo